Há muito tempo, em uma galáxia muito, muito distante [no verão 2007/2008 em Salvador, mais precisamente] depois de muita insistência de minha amiga Carolina, comecei a frequentar as festas e shows de rock da lasciva capital baiana. OH CÉUS! Quantas festas e bandas bacanas existiam aqui, do qual eu nunca tinha tomado conhecimento! Foi como ser casado por 26 anos com uma pessoa, e de repente descobrir que ela tem uma outra personalidade – muito mais interessante e divertida do que a pessoa que você conhecia até então. Podia ter lamentado o tempo perdido, mas pra que? Deixei vir o que me aguardava.
Parti pra conhecer tudo-ao-mesmo-tempo-agora. Passei a freqüentar mil festas, descobri bandas e lugares, conheci uma galera de gente [alguns dos quais se tornaram grandes amigos] e vivi muitas situações inéditas. Me diverti freneticamente, fiz um monte de bobagem…e não me arrependo de nada. Dizem que ‘a sorte favorece os destemidos’, e acredito nisso. É no caldeirão da enorme diversidade de experiências proporcionada à existência humana que forjamos nossa alma. Assim, para além da luxúria, dos excessos e do deboche daquele verão, vislumbrei que o espírito da época deveria permanecer vivo sempre : a afirmação da vida, a vontade do novo. Me lembrei de uma tirinha do Capitão Presença [uma releitura canabística da fábula da cigarra e a formiga] que terminha com a cigarra tocando violão na praia, e a frase ‘endless summer!’. Daí surgiu a idéia do ENDLESS SUMMER, o verão sem fim.
Na mesma época, perguntei pra Google o que ele sabia sobre a expressão, e ele me disse que era o título de um filme de surf de 1966, baseado na idéia de que, se alguém tivesse tempo e grana o suficiente, seria possível seguir o verão ao redor do mundo, tornando-o efetivamente sem fim. Gênios, hein? Porém, como isso seria muito difícil para nós, pobres mortais, nos resta então manter o espírito do verão sempre vivo.
Viva o ENDLESS SUMMER, e seja feliz pra sempre.